Fabio Moschetti

Vou tentar aqui contar um pouco sobre a minha pessoa trabalhos, lazer, dia a dia

As Marcas de Smartphones que Saíram do Mercado e Quem Ainda Está na Ativa em 2025

Publicado: 6/3/2025 1:51:00 AM





 O mercado de smartphones é um dos mais competitivos do mundo, e não é raro ver marcas tradicionais saindo de cena por não conseguirem acompanhar o ritmo da inovação ou da concorrência. A seguir, veja um panorama atualizado sobre as empresas que abandonaram o setor, as que ainda se mantêm firmes, além da situação no Brasil.

Marcas que deixaram o mercado de smartphones

Confira as fabricantes que saíram oficialmente do mercado de smartphones ou reduziram drasticamente sua presença global:

  • LG: Encerrou a divisão mobile em 2021 após anos consecutivos de prejuízo.

  • BlackBerry: Após licenciar sua marca para a TCL, abandonou definitivamente o setor de smartphones.

  • HTC: Reduzida a poucos lançamentos esporádicos em mercados muito restritos.

  • Sony: Ainda fabrica, mas abandonou a maioria dos mercados globais, incluindo o Brasil.

  • Microsoft (Lumia): Após o fracasso do Windows Phone, saiu de vez do mercado mobile.

  • Nokia (HMD Global): A HMD deixou de lançar smartphones com a marca Nokia em 2024 e passou a atuar com sua marca própria.

  • Toshiba, Panasonic, NEC, Fujitsu: Grandes nomes do Japão que abandonaram o mercado de smartphones para o consumidor final.

  • Qbex, Gradiente, Semp TCL: Marcas brasileiras que saíram ou mudaram o foco.

  • Lenovo (marca própria): Segue atuando apenas com a marca Motorola.

O caso da HMD Global e o fim da linha Nokia

A HMD Global, empresa que licenciava a marca Nokia desde 2016, iniciou em 2024 um reposicionamento completo: abandonou os lançamentos sob o nome Nokia e iniciou a produção de smartphones com sua própria marca "HMD".

Os aparelhos HMD já começaram a ser vendidos em diversos mercados com nomes como HMD Vibe, Fusion e Skyline. A Nokia, por sua vez, continua apenas com feature phones (celulares básicos) e tablets.

Essa mudança marcou oficialmente o fim da era dos smartphones Nokia, uma das marcas mais icônicas da história da telefonia móvel.

Asus ainda fabrica smartphones?

Sim. Em 2023, surgiram rumores de que a Asus encerraria a linha Zenfone, focando apenas nos aparelhos gamers da linha ROG Phone. No entanto, a própria empresa desmentiu os boatos. Em 2024 e 2025, segue com lançamentos nas duas linhas.

Marcas brasileiras de smartphones ainda ativas

O Brasil também teve sua cota de marcas no setor, mas hoje poucas ainda produzem ou vendem smartphones sob bandeira nacional:

  • Positivo Tecnologia: Além da marca Positivo, também comercializa Quantum, Vaio e Infinix (fabricada no Brasil sob licença).

  • Multilaser (Multi): Atua com smartphones de entrada voltados ao grande público.

Vale destacar que a Infinix, embora seja uma marca global pertencente ao grupo Transsion, tem fabricação nacional via Positivo, o que a torna relevante no mercado local.




Existem marcas russas de smartphones?

Não há marcas russas ativas e relevantes no mercado global de smartphones atualmente. Uma das tentativas mais conhecidas foi a YotaPhone, com tela dupla (LCD e e-ink), mas o projeto faliu há alguns anos.

Marcas americanas ainda existentes

Hoje, poucas marcas dos Estados Unidos continuam no mercado de smartphones:

  • Apple: A gigante de Cupertino segue como a principal marca americana e uma das líderes globais.

  • BLU Products: Sediada em Miami e fundada por um brasileiro, a empresa ainda fabrica aparelhos de entrada e intermediários com parcerias asiáticas.


Com o tempo, novas marcas surgem e outras desaparecem. A constante evolução tecnológica, somada à pressão por inovação, faz do mercado de smartphones um terreno difícil de manter a liderança por muito tempo. Para os consumidores, entender esse cenário é essencial na hora de escolher um aparelho confiável e com suporte de longo prazo.

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Era Ancelotti começa na Seleção Brasileira com primeiros treinamentos e chegada dos convocados

Publicado: 6/2/2025 7:54:00 AM

Vinícius Júnior e Carlo Ancelotti se encontram na concentração da Seleção

Foto: Divulgação/CBF/@rafaelribeirorio





 




A nova fase da Seleção Brasileira sob o comando do técnico Carlo Ancelotti começou a tomar forma neste domingo (1º), em São Paulo. Os jogadores convocados começaram a se apresentar à delegação, reunindo-se no hotel da equipe para os primeiros compromissos.

Até o momento, 14 dos 25 atletas já chegaram para integrar o elenco: Vanderson, Bento, Richarlison, Alexsandro, Andrey Santos, Bruno Guimarães, Éderson, Alisson, Raphinha, Andreas Pereira, Antony, Gabriel Martinelli, Vinicius Jr. e Hugo Souza. Durante a madrugada, Estêvão, jovem promessa do Palmeiras, também se juntará ao grupo após atuar contra o Cruzeiro em Belo Horizonte.

Nesta segunda-feira (2), os demais jogadores completarão a delegação e participarão do primeiro treino comandado por Ancelotti no CT Joaquim Grava, às 16h. O foco já está voltado para os dois próximos confrontos das Eliminatórias para a Copa do Mundo: o primeiro contra o Equador, na quinta-feira (5), em Guayaquil, e o segundo diante do Paraguai, na Neo Química Arena.

Antes do início dos trabalhos oficiais, Ancelotti foi visto na Neo Química Arena assistindo ao duelo entre Corinthians e Vitória, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. No entanto, o treinador italiano deixou o estádio antes do término da partida, o que gerou especulações sobre possíveis compromissos ou análises estratégicas relacionadas à Seleção.

Agora, a expectativa recai sobre os primeiros treinos da equipe e os desafios que aguardam a Seleção nesta nova era sob o comando de um dos técnicos mais vitoriosos do futebol mundial.

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Ancelotti estreia com a amarelinha: Brasil convoca e vira a página com sotaque europeu

Publicado: 5/26/2025 11:46:00 PM

Carlo Ancelotti ao lado de Luiz Felipe Scolari — Foto: Reuters



 Era uma segunda-feira qualquer — até Carlo Ancelotti entrar em cena. Pela primeira vez na história da Seleção Brasileira, a convocação foi lida com sotaque italiano, olhares atentos de mais de 200 jornalistas e um sorriso sereno de um técnico que, antes mesmo de estrear, já carrega o peso da história nas costas e o desafio de recolocar o Brasil no topo do mundo.

No hotel na Zona Oeste do Rio, Ancelotti não apenas anunciou sua primeira lista com 25 nomes. Ele abriu oficialmente uma nova era. Uma Seleção que tenta sair da ressaca da goleada sofrida para a Argentina e, ao mesmo tempo, reencontrar identidade entre estatísticas, renovação e ausências que dizem muito.

Sem Neymar, com Hugo. E com alma renovada.

A lista não conta com Neymar — e isso, por si só, já representa o início de uma reconstrução. Fora dos gramados desde outubro, o camisa 10 fica de fora enquanto o Brasil abre espaço para novos protagonistas.

Quem ganha espaço é Hugo Souza, goleiro do Corinthians, que vive sua melhor fase e conquista sua primeira chance com a camisa amarelinha. Também chama atenção a presença de Estêvão, joia do Palmeiras, que dá seus primeiros passos com a Seleção principal.

No meio-campo, o retorno de Casemiro é a âncora de experiência para um setor que reúne força física, jogo vertical e juventude.

Confira os 25 convocados por Carlo Ancelotti:

Goleiros:

  • Alisson (Liverpool)

  • Bento (Al-Nassr)

  • Hugo Souza (Corinthians)

Defensores:

  • Alex Sandro (Flamengo)

  • Alexsandro (Lille)

  • Beraldo (PSG)

  • Carlos Augusto (Inter de Milão)

  • Danilo (Flamengo)

  • Léo Ortiz (Flamengo)

  • Marquinhos (PSG)

  • Vanderson (Monaco)

  • Wesley (Flamengo)

Meio-campistas:

  • Andreas Pereira (Fulham)

  • Andrey Santos (Strasbourg)

  • Bruno Guimarães (Newcastle)

  • Casemiro (Manchester United)

  • Ederson (Atalanta)

  • Gerson (Flamengo)

Atacantes:

  • Antony (Betis)

  • Estêvão (Palmeiras)

  • Gabriel Martinelli (Arsenal)

  • Matheus Cunha (Wolverhampton)

  • Raphinha (Barcelona)

  • Richarlison (Tottenham)

  • Vini Júnior (Real Madrid)

Rodrygo (desgastado fisicamente), Endrick (lesionado) e Ederson (com pubalgia) ficaram fora por questões médicas. Já Raphinha, embora convocado, está suspenso da estreia contra o Equador.

Comissão técnica: um mix europeu-brasileiro

Ancelotti não chega sozinho. Ao seu lado, uma equipe que mescla confiança pessoal e integração com o ambiente brasileiro. Destaca-se a permanência de nomes como Taffarel, Juan, Rodrigo Lasmar e a chegada de especialistas que acompanharam o técnico no Real Madrid.

Comissão técnica da Seleção Brasileira:

  • Carlo Ancelotti – Técnico

  • Paul Clement – Auxiliar

  • Francesco Mauri – Auxiliar

  • Mino Fulco – Auxiliar e preparador físico

  • Cristiano Nunes – Preparador físico (Atlético-MG)

  • Simone Montanaro – Analista de desempenho

  • Taffarel – Preparador de goleiros

  • Marquinhos – Preparador de goleiros

  • Juan – Coordenador técnico

  • Thomaz Koerich – Analista

  • Bruno Baquete – Analista

  • Guilherme Passos – Fisiologista

  • Rodrigo Lasmar – Médico

  • Felipe Kalil – Médico

  • Andréia Picanço – Médica

Sobre Davide Ancelotti, o técnico esclareceu que o filho não integra a comissão neste momento porque está em negociações com o Rangers, da Escócia. "Se não acontecer, pode vir a qualquer momento", explicou.

Do CT do Timão à Neo Química Arena

A Seleção se apresenta no dia 2 de junho no CT do Corinthians, onde fará seus primeiros treinos. A estreia acontece no dia 5 de junho contra o Equador, em Guayaquil, e o segundo jogo será em casa, na Neo Química Arena, no dia 10, contra o Paraguai, às 21h45.

Encontro de gerações: Felipão e Parreira abençoam o novo ciclo

O momento mais simbólico da apresentação foi a presença de Luiz Felipe Scolari, técnico do penta, que subiu ao palco, abraçou Ancelotti e lhe entregou uma camisa retrô da Seleção. Antes disso, um vídeo com mensagem de Carlos Alberto Parreira, campeão em 1994, foi exibido com votos de sucesso e o desejo pelo tão sonhado hexa.

“Seja você, seja a pessoa que sempre foi, que vai conseguir no Brasil aquilo que já conquistou”, disse Felipão.
“Uma das seleções mais famosas do mundo agora dirigida por um dos grandes treinadores do futebol mundial”, destacou Parreira.

Mais que uma convocação, um novo começo

A convocação de Ancelotti é mais que uma lista. É um recado. O Brasil quer se reinventar, com disciplina tática, confiança, resgate emocional e ambição técnica. Não é apenas sobre quem entra em campo, mas sobre o que essa camisa ainda representa.

A amarelinha, agora com sotaque italiano, quer voltar a falar em títulos — em várias línguas, mas com o velho objetivo: ser a número 1 do mundo.

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A Revolução na Seleção Brasileira: A Chegada de Carlo Ancelotti

Publicado: 5/25/2025 5:51:00 PM


 


Desde a última Copa do Mundo, a Seleção Brasileira estava em busca de um novo rumo. Com eliminações frustrantes nas edições de 2018 e 2022, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) iniciou um planejamento estratégico para trazer um técnico capaz de resgatar o brilho do futebol brasileiro. Foi então que surgiu um nome inesperado, mas extremamente respeitado no mundo do futebol: Carlo Ancelotti, um dos treinadores mais vitoriosos da história.

Após meses de especulação, negociações e expectativa por parte dos torcedores, o anúncio oficial veio: Ancelotti assumiria a Seleção Brasileira, sendo o primeiro estrangeiro a comandar o Brasil em uma Copa do Mundo. Sua chegada foi um marco, prometendo uma revolução na forma como o Brasil jogaria, trazendo sua vasta experiência e conhecimento tático para um grupo talentoso, mas que carecia de uma identidade clara.

O Processo de Negociação

A CBF, já pensando na preparação para o Mundial de 2026, desejava um treinador que não apenas tivesse experiência internacional, mas que também soubesse lidar com grandes estrelas. Ancelotti, à época no Real Madrid, surgia como a opção ideal. Inicialmente, havia dúvidas sobre sua disponibilidade, já que o técnico italiano tinha contrato com o clube merengue até junho de 2025.

A negociação começou discretamente entre dirigentes da CBF e representantes de Ancelotti. Durante meses, os rumores se intensificaram, e alguns jogadores brasileiros chegaram a comentar sobre o possível novo comandante em entrevistas. O vínculo com o Real Madrid representava um obstáculo, mas, com o fim da temporada europeia, tudo se tornou viável.

Em 12 de maio de 2025, o presidente da CBF confirmou oficialmente que Ancelotti seria o novo técnico da Seleção Brasileira. Ele assumiria o comando imediatamente após o término de seu contrato com o Real Madrid.

O Impacto da Chegada de Ancelotti

A contratação de Ancelotti gerou reações diversas. Muitos torcedores comemoraram a chegada de um treinador vencedor, acostumado a comandar equipes com grandes estrelas, como Milan, Chelsea, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique. Sua abordagem tática sempre foi flexível, adaptando-se aos jogadores disponíveis e explorando suas melhores características.

Um dos pontos mais interessantes do trabalho de Ancelotti é sua capacidade de gerenciar vestiários com grandes egos, algo fundamental ao assumir a Seleção Brasileira. Além disso, sua filosofia de futebol ofensivo, mas equilibrado, pode ser o que o Brasil precisava para encontrar um novo estilo de jogo.

Entre os desafios que o técnico enfrentará, estão:

  • A pressão da torcida e da mídia: O Brasil vive uma cobrança intensa por títulos, especialmente após anos sem vencer uma Copa do Mundo.
  • Adaptação ao futebol sul-americano: Embora tenha treinado jogadores brasileiros em clubes europeus, Ancelotti nunca comandou uma equipe sul-americana.
  • Formação tática da equipe: O Brasil tem diversos talentos ofensivos, mas precisa de um sistema sólido que valorize o coletivo.

A Primeira Convocação e Estreia

Ancelotti fará sua primeira convocação oficial no dia 26 de maio de 2025, em um evento realizado no Rio de Janeiro. Espera-se que ele mescle jogadores experientes com jovens talentos que vêm se destacando no cenário internacional.

Sua estreia no comando da Seleção será no dia 5 de junho de 2025, contra o Equador, em um jogo válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O segundo desafio será no dia 10 de junho, contra o Paraguai.

Expectativas para a Copa do Mundo de 2026

Com Ancelotti à frente da Seleção, a expectativa é alta. O Brasil busca sua sexta estrela, e a experiência do técnico pode ser fundamental para esse objetivo. Além do talento individual dos jogadores, será necessário construir um esquema tático forte, capaz de enfrentar as principais seleções do mundo.

Seus desafios envolvem encontrar uma formação que maximize o potencial ofensivo de craques como Vinícius Jr., Rodrygo e Endrick, sem comprometer a solidez defensiva. Além disso, o técnico terá que definir quem será o novo líder da equipe, já que Neymar, um dos últimos grandes ícones, está em uma fase de transição na carreira.


A contratação de Carlo Ancelotti pela Seleção Brasileira representa um novo capítulo na história do futebol brasileiro. Será que ele conseguirá levar o Brasil de volta ao topo? Somente o tempo dirá, mas sua chegada já é um dos momentos mais marcantes do futebol mundial.

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A Evolução do Trabalho de Olheiro no Futebol

Publicado: 5/20/2025 1:02:00 PM

No mundo do futebol, a figura do olheiro — também conhecido como scout — é tão antiga quanto o próprio esporte. Responsável por observar, analisar e descobrir talentos, o olheiro ocupa uma posição estratégica nos bastidores dos clubes. Ele é o elo entre o anonimato e a fama, entre o potencial bruto e a lapidação técnica. Ao longo das décadas, a atuação desses profissionais se transformou profundamente, acompanhando as revoluções tecnológicas, os avanços da ciência esportiva e a crescente profissionalização do esporte.

Neste texto, mergulharemos na história e na evolução do trabalho de olheiro, desde os tempos em que as descobertas eram feitas com um simples olhar atento e um caderno de anotações, até os dias atuais, dominados por algoritmos, plataformas de dados e análise de desempenho em tempo real.

As Raízes do Olheiro: Intuição e Olhos Afiados

Nos primórdios do futebol profissional, o papel do olheiro era essencialmente empírico. A figura do “descobridor de talentos” surgiu de maneira informal, muitas vezes ocupada por ex-jogadores, treinadores ou apaixonados por futebol que rodavam o país — ou até mesmo bairros e vilarejos — assistindo partidas de várzea, escolares ou torneios regionais.

Na década de 1930 a 1950, um olheiro precisava ter um olhar clínico, quase instintivo. Anotava nomes em cadernos, fazia comentários ao pé do ouvido de dirigentes e raramente contava com qualquer tipo de documentação. Sua reputação era construída no “boca a boca”, e o sucesso era medido pela quantidade de jogadores revelados que “vingavam” no profissional.

É dessa época a imagem clássica do olheiro com binóculo e chapéu, anotando em um bloco ao lado do campo. Nada de vídeos, planilhas ou gráficos: apenas observação direta e feeling. Nomes como Béla Guttmann e Francisco Sarno foram pioneiros na busca ativa de talentos em campos periféricos da Europa e América do Sul.

A Era das Categorias de Base Estruturadas

Com o passar dos anos, os clubes começaram a enxergar a formação de atletas como uma forma estratégica de investimento. Nas décadas de 1960 a 1980, as categorias de base começaram a ser estruturadas, sobretudo nos grandes centros do futebol mundial, como Brasil, Argentina, Itália, Alemanha e Inglaterra.

Com isso, o trabalho dos olheiros passou a ser sistematizado. Já não bastava encontrar o talento; era preciso justificar sua indicação com argumentos técnicos, físicos e táticos. Os clubes criaram departamentos de captação, e os olheiros passaram a seguir uma cartilha de observação.

Nesse período, surgem as primeiras fichas de avaliação padronizadas: altura, peso, idade, posição, pé dominante, características principais, pontos fortes e fracos. Essas informações eram arquivadas fisicamente, e os relatórios começavam a fazer parte de processos de tomada de decisão.

Foi também nessa fase que o olheiro passou a viajar mais frequentemente, acompanhando torneios nacionais de base, como a Copa São Paulo de Futebol Júnior no Brasil, o Torneo Viareggio na Itália e o Blue Stars/FIFA Youth Cup na Suíça.

A Chegada do Vídeo: A Revolução Analógica

Na década de 1990, uma revolução silenciosa transformou o trabalho dos olheiros: a popularização das câmeras portáteis e das gravações em vídeo. Pela primeira vez, era possível registrar e rever lances de jogadores em qualquer canto do país — ou do mundo.

Os VHS se tornaram ferramentas essenciais para os scouts. Era comum ver olheiros com pilhas de fitas embaixo do braço, repletas de jogos de jogadores-alvo. A observação já não precisava acontecer apenas ao vivo. Com o vídeo, surgia também a possibilidade de compartilhar com treinadores e dirigentes os lances decisivos, os gestos técnicos e o comportamento tático dos atletas.

Essa nova ferramenta também democratizou o acesso à informação. Jogadores de regiões mais afastadas podiam ter seus jogos gravados e enviados para clubes de grandes centros, aumentando suas chances de serem observados. O vídeo foi o primeiro passo rumo à análise técnica sistemática.

A Profissionalização do Scouting

Nos anos 2000, o futebol passa por um processo de intensa profissionalização. Os clubes se tornam empresas, os treinadores viram gestores, e os jogadores são tratados como ativos de alto valor financeiro. Nesse contexto, o trabalho do olheiro ganha um novo nome: scout.

A figura do scout passa a ser tratada como especialista. Muitos já não são ex-jogadores ou apaixonados por futebol, mas sim profissionais formados em educação física, análise de desempenho, estatística ou ciência do esporte. Cursos de especialização começam a surgir — como os promovidos por federações nacionais e instituições privadas.

É nesse cenário que ferramentas como o Scout7, Instat, Wyscout e Transfermarkt se tornam indispensáveis. As plataformas reúnem dados de performance, vídeos, mapas de calor, estatísticas ofensivas e defensivas, histórico de lesões, e até comportamento fora de campo. O trabalho do olheiro agora é digital, técnico e baseado em evidências.

A observação ao vivo ainda existe, mas ela agora é complementada — e muitas vezes precedida — pela análise de dados e vídeos.


O Scout de Dados: A Era do Algoritmo

A partir de 2010, com o avanço da inteligência artificial e da análise de big data, o trabalho do olheiro entra em uma nova era: a do scouting por dados.

Hoje, plataformas como StatsBomb, Smarterscout e SciSports utilizam algoritmos sofisticados para cruzar milhares de dados e gerar rankings objetivos de performance. É possível identificar um lateral com alto índice de cruzamentos bem-sucedidos em ligas secundárias da Escandinávia, ou um volante que intercepta mais passes que a média em uma liga do Leste Europeu.

Com isso, o scout passa a trabalhar em parceria com analistas de dados, cientistas de performance e departamentos de tecnologia. É possível, por exemplo, aplicar filtros por idade, posição, características físicas e estilo de jogo, e gerar listas com dezenas de nomes que se encaixam no perfil desejado pelo clube.

O scouting também passou a ser mais estratégico: busca-se jogadores que combinem potencial técnico, valor de mercado acessível e possível revenda lucrativa. Isso transformou profundamente o recrutamento em clubes médios e pequenos, que passaram a explorar mercados alternativos, como América Central, África e Ásia.

A Observação Tática e o Fit com o Modelo de Jogo

Outro avanço fundamental foi o uso do scouting para encontrar jogadores compatíveis com o modelo tático do time. Hoje, mais do que identificar talentos brutos, o olheiro precisa encontrar atletas que encaixem no estilo de jogo praticado.

Por exemplo, um centroavante com presença física pode não ser adequado para um time que joga com linhas móveis e exige mobilidade. Já um lateral que apoia constantemente pode ser ideal para uma equipe que utiliza alas ofensivos em esquemas com três zagueiros.

Plataformas modernas oferecem análises como:

Mapas de ação por setor do campo

Comparações com outros atletas por estilo de jogo

Probabilidades de adaptação a outras ligas


O scout agora não apenas identifica talento, mas projeta adaptação, rendimento e potencial de crescimento.

O Scout no Brasil: Desafios e Singularidades

No Brasil, o trabalho de olheiro sempre teve enorme relevância, dada a vasta produção de talentos em todo o território nacional. No entanto, ainda há um abismo entre clubes estruturados e amadores.

Clubes como Athletico-PR, Palmeiras, São Paulo e Grêmio possuem departamentos modernos de observação, com redes de olheiros regionais, centrais de dados e parcerias com startups de tecnologia. Já outros clubes menores ainda dependem do olho clínico, do contato pessoal e da observação ao vivo.

Outro ponto é a informalidade no processo de captação. É comum que olheiros autônomos indiquem atletas por meio de contatos pessoais, sem vínculo formal com clubes. Essa prática, embora tradicional, dificulta a profissionalização e o reconhecimento do trabalho.

Apesar disso, o país é um dos maiores exportadores de jogadores do mundo, e o scout brasileiro vem ganhando espaço internacionalmente, com profissionais atuando em clubes europeus, asiáticos e árabes.


O Futuro do Scouting

O futuro do trabalho de olheiro será moldado pela inteligência artificial, aprendizado de máquina e análise preditiva. Algumas tendências que já estão se consolidando incluem:

Scouting automatizado: algoritmos que identificam padrões em jogos e sinalizam jogadores promissores automaticamente.

Uso de sensores e GPS: dados de aceleração, frequência cardíaca e movimentação em campo já são usados em centros de treinamento e devem ser incorporados ao scouting.

Perfis psicológicos: plataformas como o RISE identificam traços de personalidade que influenciam desempenho sob pressão, liderança e adaptabilidade.

Scouting coletivo: clubes compartilham dados e vídeos por meio de redes integradas, permitindo reduzir custos e ampliar o alcance.


Além disso, a figura do scout digital, que atua de forma remota e global, será cada vez mais valorizada. Não será necessário viajar para ver um atleta ao vivo: bastará cruzar dados, vídeos e relatórios com inteligência de mercado.


O trabalho de olheiro deixou de ser uma atividade intuitiva e solitária para se tornar uma função técnica, estratégica e multidisciplinar. Do caderninho rabiscado aos dashboards interativos com milhares de filtros, o scouting evoluiu junto com o futebol — e ajudou o esporte a evoluir também.

No fim das contas, o objetivo do olheiro segue o mesmo: encontrar talentos. Mas hoje, ele precisa fazer isso com precisão cirúrgica, justificativa estatística e capacidade de prever o futuro — tudo isso em meio a um mercado globalizado e altamente competitivo.

O que não mudou é a paixão. Porque, mesmo com algoritmos, planilhas e softwares, a essência do olheiro continua sendo aquela de quem vibra ao descobrir um novo craque escondido em um campo de terra batida. E é essa mistura de ciência, emoção e sensibilidade que torna o scouting uma das artes mais fascinantes do futebol.

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